A crise fiscal que o Rio Grande do Sul enfrenta ganha, mês a mês, contornos mais dramáticos. Sem dinheiro em caixa, a Sefaz (Secretaria da Fazenda) anunciou que só deve divulgar as datas dos depósitos dos servidores que ganham R$ 4.500 no dia 23 de julho. Até lá, apenas 77% da folha do Executivo estadual estará em dia.
Quem recebe até R$ 4.000 líquidos teve o salário depositado nesta segunda-feira. Na tentativa de mitigar o percentual de servidores sem receber os salários, a Sefaz começou a pagar as matrículas que recebem acima de R$ 4.000 líquidos em parcelas.
A primeira parcela paga foi no valor de R$ 1.500 também hoje. Na terça-feira (16/7) será creditada mais uma parcela de R$ 2.000, e no dia 23 de julho uma outra parcela de R$ 1.000.
“Este é um mês muito difícil e delicado, que sofre as consequências da sazonalidade de receitas tributárias e da permanente queda nas previsões de crescimento econômico. O desequilíbrio entre despesas e receitas é histórico e, por isso, preferimos anunciar todas as datas quando tivermos certeza da disponibilidade dos recursos em caixa”, aponta o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso.
“Até o dia 23, buscaremos todas as alternativas possíveis para priorizar a folha dos servidores. Após o pagamento de todas as datas com as quais já nos comprometemos junto aos servidores, teremos condições de complementar a informação da quitação do restante dos salários”, diz o secretário.
No horizonte não há perspectiva de melhora. Sem um aporte extraordinário de recursos, a expectativa é que os salários de junho sejam quitados apenas em 10 ou 12 de agosto. Os vencimentos de julho só começariam a ser pagos na última semana de agosto.