Polícia Federal faz buscas em imóveis de políticos e na BR Distribuidora

A PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal) cumprem hoje (14) 53 mandados de busca e apreensão, na Operação Politeia. Os mandados são referentes a seis processos instaurados no STF (Supremo Tribunal Federal) a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato e estão sendo cumpridos em seis unidades da Federação: Bahia, Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.
Eles foram expedidos pelos ministros do STF Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. A PF informou que as buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI) e a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, também foi alvo da operação. A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de Collor em Brasília e em Alagoas. Os policiais também foram à TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Estado nordestino, que pertence à família de Collor; e onde ele é um dos principais acionistas.
O ex-presidente foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Ele também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça.
Outro citado por Pessoa foi Ciro Nogueira, que é presidente nacional do PP. O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora e R$ 2 milhões a Nogueira. O senador do PP também foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em delação premiada.
Os policiais foram à distribuidora da Petrobras atrás de documentos que possam ligar a companhia de distribuição a casos de corrupção delatados pelo doleiro Youssef e outros presos da Lava Jato.
A PF também esteve em um escritório ligado ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) em Recife. O ex-ministro Mário Negromonte, à época no PP e hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, foi um dos alvos da operação da PF no Estado. O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) também foi atingido.
O objetivo é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Eles respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros.
O nome da operação, Politeia, vem do livro A República, de Platão, que faz referência a uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.