Cotidiano

Imersão na Floresta Amazônica une ciência, meio ambiente e arte

A galeria Z42 Arte, fica no Cosme Velho, zona sul do Rio de Janeiro, e recebe, de 9 de maio a 28 de junho, a exposição Como falar com as árvores, com entrada franqueada ao público. A mostra é resultado do projeto de residência artística internacional realizado pelo LabVerde na Floresta Amazônica, envolvendo artistas de todo o mundo interessados em explorar a relação entre arte, natureza e ciência. Essa é a primeira vez que o projeto vem ao Rio, depois de passar por Londres, Oslo, Nova York e São Paulo.

Criado pela Manifesta Arte e Cultura em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o LabVerde já recebeu mais de cem artistas de 30 países. Durante duas vezes por ano, são promovidas imersões de dez dias que reúnem artistas de todo o mundo na Floresta Amazônica, em parceria com o INPA.

“É um projeto internacional que existe há cinco anos, pondo artistas e cientistas em contato e fazendo expedições para a Floresta Amazônica a fim de criar conteúdos culturais, aliando a parte de informações científicas com a questão de cultura, arte, sensível, emocional, para falar um pouco de ecologia”, disse à Agência Brasil a curadora do projeto, Lilian Fraiji.

Multilinguagens

A curadora informou que na mostra do Rio de Janeiro, serão exibidas obras de 20 artistas vindos de várias partes do mundo, como o brasileiro Rodrigo Braga, já consagrado, que trata do meio ambiente e que participou da primeira edição do projeto. Do total, cinco artistas são estrangeiros. A exposição que será vista na capital fluminense é abrangente no sentido de trazer multilinguagens, porque tem pintura, fotografia, música, instalação, escultura, ‘performance’ e arte multimídia, ressaltou a curadora.

Lilian explicou que como o programa fortalece a discussão entre arte e meio ambiente, a exposição terá uma série de desdobramentos. “Vai fazer discussões, falar um pouco do nosso trabalho, fazer algumas atividades paralelas, show, performances”. De acordo com a curadora, a mostra usa um “leque de linguagens” para trazer a sensibilidade para a questão da natureza, da paisagem, da ecologia. Ela deseja que, por meio da arte, as pessoas compreendam como qualquer mudança no ecossistema da Amazônia influencia diretamente no comportamento climático de todo o Hemisfério Sul.

Som das formigas

Uma artista que participa há três edições do projeto é a norte-americana Lisa Schonberg, que abrirá a mostra na próxima quinta-feira (9), às 19h, com seu grupo de percussão Secret Drum Band. Musicista, formada em ecologia e entomologia, Lisa concentrou suas pesquisas nas formigas da Amazônia. “Ela descobriu que as formigas se comunicam por meio do som, que utilizou como base para composições musicais”, disse Lilian Fraiji. Na opinião de Lisa, o casamento entre artistas e o meio ambiente nascem importantes contribuições para o conhecimento. Ela toca bateria desde criança e viaja por todo mundo fazendo a documentação criativa de paisagens sonoras, insetos e habitats.