Funcionários do metrô do Distrito Federal iniciaram uma greve, na manhã de hoje (2), por tempo indeterminado. A categoria argumenta que a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal não tem cumprido integralmente o acordo coletivo de trabalho firmado.
Enquanto a greve perdurar, os horários de funcionamento serão reduzidos. De segunda-feira a sexta-feira, os trens circularão das 5h30 às 10h30 e das 16h30 às 21h30. Aos sábados, das 5h30 às 10h30 e das 14h30 às 19h30. Aos domingos, o serviço ficará suspenso. No entanto, pela manhã, no horário de pico, 18 dos 24 trens estavam operando.
Segundo Renata Strafaci, secretária de Comunicação e Mobilização do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô-DF), a empresa havia se comprometido a efetivar, este ano, o reajuste salarial tendo como parâmetro o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que mede a variação dos preços da cesta de compras de famílias com renda de até cinco salários mínimos.
Os metroviários pedem o pagamento do valor retroativo do INPC de 2015, de forma que não haja mais perda salarial decorrente de efeitos da inflação. “Há anos estamos sem nenhum aumento. No ano passado, recebemos o [INPC retroativo] de 2014. A Justiça mandou pagar até dezembro. Botaram no orçamento de 2019, está no orçamento e a empresa disse que não vai pagar.”
A categoria pede ainda contratações de novos empregados e treinamentos. De acordo com Renata, estima-se que a lacuna será de 450 pessoas diante das novas inaugurações de estações. Atualmente, o metrô atende a cerca de 160 mil usuários por dia.
“A gente sabe que, hoje, os trens são muito sucateados. Temos dois tipos de funcionário, os concursados e os que fazem a manutenção dos equipamentos, que são terceirizados. É com essa parte que a gente fica muito preocupada, porque não é fiscalizada 100%. A gente não tem como estar ali cobrando, ter certeza de que as peças estão sendo disponibilizadas. A gente sente o sucateamento”.
Em nota, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal disse lamentar a decisão do SindMetrô-DF de abandonar as negociações e que o governo do Distrito Federal buscou “realizar um acordo que evitasse a paralisação, atendendo à solicitação do sindicato em manter o Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2019, na íntegra, até 2020”.
“A direção da empresa mantém permanente o diálogo com os empregados e informa que fará todos os esforços para manter os serviços com o mínimo de trens previstos para o horário de pico que possa garantir a segurança dos usuários e funcionários, de maneira que seja possível minimizar os transtornos decorrentes deste movimento”, acrescentou a companhia.