Um dos maiores medalhistas em jogos paralímpicos, o nadador André Brasil, foi reclassificado ontem (24) como inapto para o esporte. Os atletas paralímpicos são submetidos a avaliações periódicas para definir em quais categorias do esporte devem competir. André compete como nadador desde 2004 na categoria S10 (que reúne nadadores com menor grau de deficiência), acumulando 14 medalhas paralímpicas nesse período. Ele tem uma pequena diferença de tamanho entre as pernas devido a uma reação à vacina contra poliomelite.
Segundo explica o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês), eventualmente, os atletas podem ser classificados em categorias diferentes no decorrer das avaliações ao longo da carreira, inclusive por melhora da condição física devido à prática esportiva. Os critérios avaliam o nível de deficiência definindo pontuação para os graus de dificuldade enfrentados pela pessoa a partir das incapacidades apresentadas.
Por meio das redes sociais, o atleta demonstrou indignação com o resultado da nova avaliação. “Indignação, revolta, tristeza… Uma história apagada em um dia..somos tratados como números de pontos na classificação e não como seres humanos. Isso é o que chamamos de esporte paralímpico?”, protestou em sua conta no Twitter.
O Comitê Paralímpico Brasileiro também considerou injusta a nova classificação feita pelo IPC. “O CPB está ao lado de André Brasil e compartilha sua frustração ao ser classificado como inelegível. Não cremos que seus 14 anos no Movimento Paralímpico foram uma mentira. Entendemos que foi submetido a uma grande injustiça e o apoiaremos para restaurar a igualdade e a justiça”, divulgou a entidade pelas redes sociais.