Mercado aponta inflação maior e contração mais acentuada do PIB

As expectativas dos analistas de mercado para a economia brasileira se deterioraram ainda mais nos últimos dias, como mostram as previsões para a inflação e para a atividade divulgadas hoje pelo BC (Banco Central) em seu boletim Focus.
A mediana das estimativas para o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela oitava semana consecutiva, desta vez de 8,39% para 8,46%. Essa alta acompanha uma expectativa de um aumento maior nos preços administrados do que se esperava, de 13,94%, em vez de 13,90%.
Em 12 meses, a previsão para a alta do IPCA saiu de 5,99% para 5,95%, um movimento compatível com a inflação mais baixa projetada para 2016, de 5,50%, previsão inalterada há três semanas.
A expectativa de inflação maior neste ano ocorre mesmo com a elevação da taxa básica de juros. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic de 13,25% para 13,75% ao ano e, no Focus, a expectativa é que haja mais uma elevação de 0,25 ponto percentual, para 14%. A taxa diminuiria a 12% até o fim de 2016.
Quanto à atividade, o mercado estima que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha contração de 1,30% neste ano, ante expectativa anterior de retração de 1,27%. Esse recuo acompanha uma piora significativa na previsão para a produção industrial, que saiu de queda de 2,80% para baixa de 3,20%. A revisão ocorre depois de anunciada a produção da indústria brasileira de abril, de queda de 1,2% ante março e de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados do IBGE.
Para 2016, as estimativas da atividade não mudaram: crescimento de 1% para o PIB brasileiro e de 1,50% para a indústria.