Cotidiano

Justiça converte flagrantes em prisões preventivas no caso Marielle

Em audiências de custódia realizadas na tarde de hoje (14), a Justiça converteu em prisões preventivas as prisões em flagrante de Elcio Vieira de Queiroz, Ronnie Lessa e Alexandre Mota por porte e posse de arma de fogo de uso restrito. 

Queiroz e Lessa foram presos preventivamente na última terça-feira (12) sob suspeita de serem os assassinos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além de terem cometido tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chavez, que estava no carro e sobreviveu aos disparos, realizados há exatamente um ano.  

Ao cumprir o mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre Mota, no mesmo dia, os policiais localizaram caixas contendo munições, silenciadores e peças para 117 fuzis, apreensão que é considerada a maior da história do estado. Diante da descoberta, Alexandre foi preso em flagrante, e também passou a pesar sobre ele e Ronnie o flagrante de posse de arma de fogo de uso restrito. 

Apesar de Alexandre alegar que desconhecia o conteúdo das caixas, e Ronnie confirmar sua versão e confessar que era o proprietário das armas de uso restrito, a Justiça decidiu que não parece crível esse desconhecimento, uma vez que os dois declaram ser amigos há mais de 20 anos, e Alexandre inclusive realizava operações bancárias de Ronnie. Alexandre declara ainda que ofereceu seu nome para que Ronnie registrasse uma lancha e uma vaga na marina de um condomínio de luxo.

A juíza de custódia destacou que o material apreendido é de alto poder destrutivo e que havia fortes indícios de que ele seria ilegalmente comercializado para outras práticas ilícitas. 

No caso de Elcio, os policiais que cumpriram o mandado de prisão pelo caso Marielle encontraram duas pistolas e munição de fuzil dentro de seu guarda-roupa. Também havia munição de fuzil no veículo em que Elcio estava quando foi flagrado ao tentar fugir. Desse modo, houve flagrante por porte de arma de fogo de uso restrito, prisão que foi convertida em preventiva. 

Ronnie Lessa, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, é escoltada por um policial quando ele deixa o departamento de homicídios para prestar depoimento na justiça Rio de Janeiro.

Ronnie Lessa, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, é escoltada por um policial quando ele deixa o departamento de homicídios para prestar depoimento na justiça Rio de Janeiro. – REUTERS / Lucas Landau /Direitos reservados