Número de presos no Rio Grande do Sul cresce 29% em sete anos

A população prisional no Brasil cresceu 74% entre 2005 e 2012 e apenas 29% no Rio Grande do Sul. Em 2005, o número absoluto de presos em todo o país era 296.919. Sete anos depois, passou para 515.482 presos. No Estado, os números saltaram de 22 mil presos para 29 mil. A população prisional masculina no Brasil cresceu 70%, enquanto a população feminina cresceu 146% no mesmo período.
Os dados estão no estudo Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado hoje (3) pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O levantamento foi feito pela pesquisadora Jacqueline Sinhoretto com base nos dados InfoPen (Sistema Integrado de Informações Penitenciárias), do Ministério da Justiça. Segundo o estudo, o crescimento foi impulsionado pela prisão de jovens, negros e mulheres.

Estado tem menor crescimento do número de presos do país

O relatório aponta que 13 estados tiveram crescimento acima da marca nacional. Em Minas Gerais Minas, segundo estado em população encarcerada, com 45.540 aprisionados em 2012, houve crescimento de 624% no número de presos. Segundo o relatório, isso deve a programas que visam a repressão qualificada aos crimes contra a vida e a presídios privatizados instalados no estado. Já o Rio Grande do Sul apresentou o menor percentual de crescimento da população prisional do país (29%).
“A análise conjunta das taxas de encarceramento e das taxas de homicídio por estado indica que prender mais não necessariamente reduz os crimes contra a vida, porque as políticas de policiamento enfocam os crimes patrimoniais e de drogas”, aponta o relatório.
De acordo com o levantamento, o Rio Grande do Sul é o quarto Estado onde a população prisional no país é formada por pessoas que estão julgadas: 74,2%. Os crimes que mais motivam prisões são patrimoniais e drogas, conforme o estudo, que somados atingem cerca de 70% das causas de prisões.
Crimes contra a vida motivam 12% das prisões. Segundo o relatório, isso indica que o policiamento e a Justiça criminal não têm foco nos crimes “mais graves”, mas atuam principalmente nos conflitos contra o patrimônio e nos delitos de drogas.