O presidente Jair Bolsonaro recebeu um telefonema na manhã de hoje (14) do ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, para agradecer o empenho do Brasil em solucionar o caso do terrorista italiano Cesare Battisti.
De acordo com nota do Palácio do Planalto, Salvini disse que o presidente brasileiro tem excelente imagem junto ao povo italiano e que sem a intervenção de Bolsonaro a extradição não teria se concretizado.
“Para o presidente Bolsonaro, a conclusão do caso Battisti é um grande sinal que o Brasil dá de que não aceitará mais criminoso travestido de perseguido político, assim como simboliza o fim da impunidade nacional e internacional”, diz a nota.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. O italiano se diz inocente e que foi vítima de perseguição política. Para as autoridades brasileiras e italianas, ele é considerado terrorista.
No sábado (12), Battisti foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, de onde foi levado direto para Roma, na Itália. O italiano será colocado na ala de segurança máxima da prisão de Rebibbia, na capital italiana, para cumprir pena de prisão perpétua.
O italiano passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, chegou ao Brasil, onde foi preso três anos depois. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa, que deixava a palavra final ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No último dia de seu segundo mandato, em 2010, Lula negou a extradição.
Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao ex-presidente Michel Temer a revisão da decisão sobre Battisti. No dia 13 de dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux determinou a prisão do ex-ativista. No dia seguinte, a extradição foi autorizada por Temer. Desde então, Battisti estava foragido.