O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou hoje (27) que o governo deveria ter insistido mais na reforma da Previdência. Segundo ele, o erro foi esperar para ter salvaguardas sobre o resultado de uma eventual votação. O ministro fez a análise durante café da manhã nesta quinta-feira com jornalistas.
“O erro foi não termos votado mesmo sem a garantia de ganhar porque, assim, não obrigamos os indecisos a se posicionarem. […] A derrota seria péssima, mas acho que a pequena chance de vitória que existia valia o risco”, disse.
Marun atribui ao governo do presidente Michel Temer a inclusão do debate em torno da reforma da Previdência na pauta nacional. “Hoje é um assunto que é discutido em bares, reuniões de família e no Congresso Nacional. A questão da Previdência está na pauta nacional, é imprescindível para o país.”
O ministro destacou que, nos dois anos e meio de governo Temer, o principal avanço foi fixar o teto de gastos da União. “A grande vitória foi a aprovação do teto dos gastos públicos. Foi uma coisa inédita, nunca um governo tinha posto na Constituição um limite para seus próprios gastos.”
Desafio
Para Marun, o principal desafio do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, é aprovar a reforma da Previdência. “Eu penso que o governo começa muito forte, existe uma grande esperança em relação a esse governo e penso que ele deveria aproveitar esse capital para aprovar essa que é a mais fundamental das reformas, decisiva para o governo.”
De acordo com o ministro, o tema deve permanecer na pauta nacional até ser definido. “Não tem como ela [a reforma da Previdência] sair da pauta sem ser resolvida, sem que essa questão seja resolvida o Brasil não vai ter condições de avançar. Então, ela vai ter que ser resolvida. Ela fica na pauta até o momento em que o Brasil consiga construir uma previdência mais justa, mais compatível com a realidade nacional e menos desigual.”
O assunto foi tratado com o sucessor, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz. “Eu falo com meu sucessor, que é com quem matenho diálogo em termos de sucessão… e é o que eu penso que o próximo governo deveria fazer. No futebol existia o gol de ouro, que era no final [durante a prorrogação], eu penso que o próximo governo deveria tentar fazer o gol de ouro já no início, que é fazer a reforma da Previdência.”