De acordo com o delegado, será um interrogatório longo. Pela prática, cada caso será questionado separadamente, o que deve levar horas.
“Essa ação da Polícia Civil demonstra a seriedade. Em momento algum nós nos furtamos”, disse André Fernandes. “É o momento de a Polícia Civil confeccionar suas provas. Temos uma polícia séria e um Poder Judiciário sério. As vítimas que queiram procurar [a polícia], podem procurar.”
André Fernandes admitiu que o médium pode ser beneficiado em decorrência da idade elevada e do estado de saúde. Segundo o delegado, são benefícios assegurados na lei. Porém, ressaltou Fernandes, há semelhanças entre os depoimentos envolvendo vários suspeitas de crimes.
“Contra costumes diversos, mediante fraudes, várias tipologias pela equipe e que, ao final, teremos uma posição mais clara”, afirmou o delegado.
Após coletar 15 depoimentos, André Fernandes disse que há fortes indícios de culpa por parte do médium. “O que chama mais atenção é a singularidade de comportamento. Nesses depoimentos há um ato comum, um modus operandi [modo de agir] comum. A gente percebe uma igualdade de comportamento.”
Para o delegado, “é difícil” ocorrer uma acareação entre as mulheres e o médium, embora a possibilidade exista. Ele disse que voluntários e funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola, denunciados por cumplicidade, serão ouvidos.
Pela experiência, Fernandes afirmou que, após a prisão de João de Deus, a tendência é de mais denúncias surgirem. O delegado lembrou que, antes das acusações que vieram à tona no programa Conversa com Bial, há três denúncias em investigação.
Questionado sobre as denúncias, André Fernandes foi objetivo ao definir o conteúdo. “[Temos] vários depoimentos, o que reforça o comportamento de abuso.”