Cotidiano

Desafios no setor energético serão enormes, diz futuro ministro

O futuro ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque voltou a afirmar que ainda não tem opinião formada sobre uma proposta de privatização da Eletrobras apresentada pelo governo do presidente Michel Temer. “A este respeito, já falei que...

O futuro ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque voltou a afirmar que ainda não tem opinião formada sobre uma proposta de privatização da Eletrobras apresentada pelo governo do presidente Michel Temer.

“A este respeito, já falei que não tenho ideia preconcebida”, disse Albuquerque ao ser questionado por jornalistas, na saída da posse da nova diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Elisa Bastos Silva. “Estamos em processo de transmissão [das ações do ministério], então eu pediria a paciência a vocês para falar posteriormente”, acrescentou.

Bolsonaro e almirante Bento Albuquerque Júnior, indicado para comandar o Ministério de Minas e Energia

Bolsonaro e almirante Bento Albuquerque Júnior, indicado para comandar o Ministério de Minas e Energia – Divulgação Twitter Bolsonaro

Ao ser perguntados sobre as ações da pasta para 2019, Albuquerque disse que os desafios são “enormes”. “Não só no setor elétrico, mas também na questão de óleo e gás, da mineração tem a cessão onerosa, tem Itaipu, daqui a pouco vamos ter que discutir o contrato de Itaipu. E na questão de energia elétrica é aquilo: fornecer energia mais barata para o consumidor e para aquele que está investindo no país, que vai começar a crescer”, disse.

Na semana passada, Bento Albuquerque disse à imprensa que é “preciso conhecer melhor a empresa” antes de tomar qualquer posição e que “não tem ideia preconcebida de nada”. Na ocasião o ministro disse que vai buscar fazer o que “for melhor”.

Direção da Aneel

Nesta terça-feira, o futuro ministro participou ao lado do atual titular do MME, Moreira Franco, da cerimônia de posse da nova diretora da Aneel, Elisa Bastos Silva. Durante a cerimônia, Moreira Franco disse que a nova diretora, única mulher com assento no cargo de conselheira da Aneel, vai cumprir um papel de gênero, em um setor predominantemente ocupado por homens.

“Essa indicação, evidentemente, ela tem um conteúdo de reconhecimento no gênero. Mas a principal razão efetivamente não foi essa: o MME [Ministério de Minas e Energia] tem um grupo de profissionais do gênero feminino extremamente competentes, com capacidade de trabalho e liderança que não vi em toda a minha experiência na vida pública”, afirmou o ministro Moreira Franco.

Elisa, que terá um mandato de quatro anos na diretoria da Aneel, atuou como assessora especial de assuntos econômicos do Ministério de Minas e Energia (MME). Possui graduação em Análises de Sistemas, mestrado e doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Durante o seu discurso, Elisa disse que seu mandato será pautado no diálogo. Para a nova conselheira, o desafio da agência é debater o novo marco regulatório para o setor em um “modelo baseado no consenso e no restabelecimento de interesses que às vezes soam divergentes”, disse. “[Para isso, é] fundamental a capacidade de diálogo na lida diária”, afirmou.

Elisa destacou que é preciso promover um ambiente de negócios que promova a estabilidade regulatória e que vai trabalhar para criar um ambiente que aumente a participação de mulheres no setor elétrico. A nova conselheira, afirmou que de seus quatro assessores, três serão mulheres, por reconhecimento ao quadro técnico da Aneel e pela “força das mulheres”.