No Brasil, apenas 20% dos profissionais de TI são mulheres, segundo pesquisa do IBGE, e somente 15,53% das matrículas nos cursos de Tecnologia da Informação são feitas por elas. Na contramão dos demais segmentos, a área de TI deve fechar 2018 pagando salários mais altos na comparação com o ano passado e, mesmo assim, o setor sofre de um grande déficit de mão de obra. O Projeto Mulheres na TI, iniciativa da Fadergs, tem o objetivo de empoderar as mulheres para ampliar sua participação neste mercado. Entre as atividades do projeto está a “III Roda de Conversa Mulheres na TI: É Fácil Programar”, que acontece no dia 8 de dezembro. O evento é gratuito e aberto à comunidade.
Lugar de mulher também é na TI
A história da Tecnologia da Informação (TI) é marcada pela presença e pelo pioneirismo feminino. O primeiro algoritmo da história foi desenvolvido por Ada Lovelace e algumas das mais importantes linguagens de programação também foram criadas por mulheres: a irmã Mary Kenneth Keller inventou o BASIC e Grace Hopper é a mãe do COBOL. Ao longo do tempo, no entanto, a participação das mulheres nesta área vem diminuindo.
Para fomentar o debate sobre a atuação feminina neste segmento, a Escola de TI e o Curso de TI da Fadergs criaram, em junho deste ano, o projeto “Mulheres na TI”, que desenvolve uma série de ações abertas à comunidade, como encontros, debates, palestras e rodas de conversa.
“Nosso objetivo é empoderar as mulheres para que ampliem sua presença em um mercado com grande déficit de mão de obra, muitas oportunidades e altos salários”, afirma Jaime Garcia, coordenador da Escola de TI e do Curso de TI da Fadergs. De acordo com ele, existem atualmente no Rio Grande do Sul mais de 3 mil vagas abertas na área e, na contramão dos demais segmentos, a TI deve fechar 2018 pagando salários mais altos na comparação com o ano passado.
Segundo a Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), em 2020 o déficit de profissionais qualificados no Brasil pode chegar a 408 mil vagas, o que representa uma perda de receita de R$ 115 bilhões para as empresas.
Outro dado impactante é em relação à formação destes profissionais. O número de cursos de computação cresceu 586% no Brasil nos últimos 24 anos, enquanto o índice de mulheres matriculadas neles caiu de 34,89% para 15,53% . “Neste cenário, as empresas também perdem em resultados, pois equipes mais diversas geralmente têm melhor desempenho. A presença feminina faz muita falta no setor”, destaca.
De acordo com Garcia, esta realidade ainda é resquício de um estereótipo social antigo, no qual as mulheres não eram encorajadas a seguir carreira nas áreas de ciências exatas. Há um visível fator de desmotivação entre as meninas para gostarem e optarem pela informática como carreira.
Sabe-se que 74% das jovens demonstram interesse pelas áreas de STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), mas só 0,4% delas escolhem estudar ciência da computação. Paralelamente, o Estudo sobre Desigualdade no Recrutamento de Profissionais de Tecnologia e Negócios, feito pela plataforma de recrutamento digital Revelo, aponta que somente 7% dos desenvolvedores de sua base de talentos são mulheres.
O projeto “Mulheres na TI” busca conscientizar e estimular as mulheres para que considerem este um mercado profissional promissor e passem a assumir postos de relevância no setor. “Queremos esclarecer e informar as mulheres da comunidade de Porto Alegre sobre as oportunidades de trabalho nesta área”, frisa Garcia.
Serviço
III Roda de Conversa Mulheres na TI: É fácil programar
Quando: dia 8 de dezembro, das 10h às 12h
Onde: Fadergs , Sede General Vitorino (Rua General Vitorino, 25 – Porto Alegre)
Atividade gratuita, aberta à comunidade
Mais informações e inscrições no site: www.fadergs.edu.br.