Apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o operador financeiro mais importante do esquema de lavagem de dinheiro liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral, o agente fazendário Ary Ferreira foi demitido do Governo do Rio na última segunda-feira (26). A demissão veio um ano e um mês depois da condenação de Ferreira por lavagem de dinheiro, em outubro de 2017.
Mesmo afastado do trabalho desde outubro do ano passado por ser réu em cinco processos da Lava Jato na Justiça Federal, o funcionário ainda recebia salário e custou mais de R$ 120 mil aos cofres públicos desde que foi afastado.
Sobre a lentidão para a demissão do funcionário, a Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento informou, por meio de sua assessoria, que “não houve demora”. Segundo explicou, o estado “cumpriu todos os ritos administrativos e legais que antecederam a demissão e que são exigidos em uma Administração Pública por ele ser servidor público estatutário”.
Já a defesa de Ary Ferreira afirmou que vai recorrer da decisão. O advogado Alessandro Carracena informou à Agência Brasil que a equipe já prepara o recurso para apresentação, já que o processo está em fase administrativa.
Caso
Ary Ferreira foi detido na Operação Mascate, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2017. Em outubro do mesmo ano, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão por ser apontado como operador de lavagem de dinheiro da organização de Cabral.
Também em outubro de 2017, o réu foi beneficiado por decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que revogou sua prisão preventiva. O magistrado considerou que ele poderá recorrer da sentença em liberdade.
Em sua decisão, Bretas condenou Ary por lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Mascate, mas afirmou que não se fazia mais necessária a manutenção do ex-assessor na cadeia.
*Estagiária sob supervisão de Vitor Abdala.