O interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Braga Netto, defendeu hoje (21) as ações de intervenção no estado. Em seminário sobre o tema na Câmara dos Deputados, o general afirmou que o impacto das ações é positivo diante da população e principal legado é “intangível”.
Para o general, não há necessidade da intervenção continuar após o dia 31 de dezembro, data prevista para que as ações no estado sejam encerradas, entretanto, ela não deveria ser “cortada” porque, agora há um planejamento. “Existe a previsão dessa transição nossa ir até junho ou julho do ano que vem. Não como um todo, mas parte do gabinete”, disse.
De acordo com Braga Netto, “as instituições do estado saem fortalecidas do processo de intervenção”.
Panorama
Ao fazer um panorama da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro, Braga Netto disse que o estado estava sucateado, com a falta de munições, frota de veículos sem condições de uso e ausência do poder público nas comunidades. “A polícia do Rio [Civil e Militar] estava meio que desamparada, precisando de um aporte, desacreditada pela população”, disse. Segundo o general, entre as maiores preocupações está o sistema prisional, que comporta 58 mil presos e tem estrutura para 28 mil pessoas encarceradas.
Segundo Braga Netto, a intervenção federal provocou a queda em 28% crimes nos roubos de carga e ao comércio em comparação com 2017. Nesse período, também foi registrada a queda de 22% nos casos de homicídios dolosos e 92% dos roubos a carteiros a pé.
Desde o início das ações, o comando responsável pela intervenção treinou 1.992 agentes em 40 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ao todo, 2.317 agentes foram treinados no estado, beneficiando diretamente o atendimento a 5,3 milhões de pessoas.
Segundo o general, o impacto positivo da intervenção também incluiu o turismo no Rio. No feriado de 15 de novembro, a ocupação da rede hoteleira, que no ano passado tinha sido de 48%, neste ano subiu para 85%.